Tenho um amigo flamenguista que fez um post sobre um suposto jogo da vingança, partida em que Flamengo nos venceu por 6 x 0, o resultado foi realmente igual ao da partida de 15 novembro de 1972, mas o nosso 6 x 0 foi muito maior que o deles e aqui vou provar o por quê de minha assertiva. Vamos aos fatos, pois.
Em primeiro lugar porque vitória do Botafogo vale mais do que a dos outros; em segundo, porque nosso 6 x 0 foi muito mais humilhante que o deles; o gol de letra mais bonito de todos os tempos- passados, presentes e vindouros- foi marcado por Jairzinho neste jogo, foi o quinto gol e tão bonito, mas tão bonito, que antes de ser letra, mais pareceu um poema, dos mais belos que possam existir. Poema que começou a ser escrito nos pés de Zequinha, pela direita, que foi como uma flecha, rasgando seus adversários até à linha de fundo, depois o toque rasteiro, milimétrico, para Jairzinho, que cercado por dois zagueiros, deu o toque final, sublime, na obra-prima: tocou, carinhosamente, com o calcanhar direito na bola, que entrou linda e suavemente no gol dos gaveanos. Eu estava lá, e a beleza do gol foi tamanha que, ao olhar para cima, vi a estátua do Cristo Redentor não mais ” de braços abertos sobre a Guanabara”, como na música de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, mas aplaudindo entusiasticamente momento tão sublime e de beleza tão rara.
Não bastasse o gol do Jairzinho, que já prova que nosso 6 x0 foi muito mais 6 x 0 que o deles- um 6 x 0 mixuruca e sem brilho- o nosso foi presente de aniversário que demos a eles, sim além de levar de 6 com gol de letra, a suprema humilhação: 15 de Novembro é a data de fundação do Flamengo, e como presente de aniversário demos a eles a derrota mais humilhante de sua História. É mais ou menos como chegar em casa para comemorar seu aniversário e encontrar sua mulher na cama com outro. Não há vingança que apague tamanha humilhação. Não no dia de seu aniversário, seu não, deles lá…
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