O
Botafogo é um clube estranho, diferente… diria que sedutor em sua
insanidade.
Não
temos mais títulos, não temos mais torcida, não somos o “maior”
em nenhum dos frios quesitos matemáticos usados para comprovar a
suposta grandeza de um clube. Constam, inclusive, nas tais
estatísticas, inúmeros títulos roubados.
O
Botafogo, senhores, é diferente dessa gente. Qual o único clube do
mundo a ter um ditado só seu gravado na memória popular de seu
país: o Botafogo, afinal “têm coisas que só acontecem ao
Botafogo”, não é?
E
é nosso o mais querido jogador guardado na memória afetiva de nosso
povo: Mané Garrincha, a alegria do povo. Lindo, não? Um é rei,
outro príncipe, mais outro imperador. Nós temos “a alegria do
povo”.
Ah,
e no auge do futebol brasileiro, quando o Brasil conquistou três
Copas do Mundo num período de apenas 14 anos,quem foi o clube que
mais colaborou com as conquistas? O Botafogo, claro.
E
torcedor do Botafogo, como bem definiu o jornalista Lúcio Rangel,
nem gosta de futebol, gosta do Botafogo. O futebol é apenas o
detalhe que nos permite exercer nosso sagrado direito de amar um
clube que não é o maior em nada segundo as frias estatísticas
matemáticas dos que vivem de quantidade. São os óbvios, que só
sentem-se seguros seguindo manadas ou bandos esvoaçantes.
Jamais poderão ser Botafogo. O Glorioso não é para os óbvios. É
para os que são escolhidos pela estrela solitária do destino.
Zatonio Lahud
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