Mostrando postagens com marcador história. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador história. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O Botafogo me ensinou que o amor pode ser maior que a dor

Hoje à tarde fiquei feliz, fui dar uma volta na rua e vi diversas crianças trajando a camisa do Botafogo. Orgulhosos, altivos, felizes. Fiquei feliz e ao mesmo tempo comecei a recordar que passei minha juventude cultivando uma paixão que quase só me maltratava, mudei-me para Niterói em 1968, tinha eu 12 anos e a primeira vez que entrei no Maracanã foi para ver  Botafogo ser campeão, um sonoro 4 x 0 no Vasco, sai feliz, mal sabia que o  inferno estava me esperando na esquina, a mim e aos milhões de jovens que se tornaram Botafogo no fim dos anos cinquenta e por toda à década de sessenta do século passado. Saímos do céu para o inferno, sem passar pelo purgatório.
Perdemos tudo, time, sede, estádio...futuro...foi duro...muito duro!...mas seguimos em frente, havia restado um passado grandioso e uma camisa com uma linda estrela encravada por sobre o coração.  Aquilo sim era um bando de loucos: apaixonados, desesperados, humilhados... mas "seguindo a voz que vem do coração", a voz da paixão, de olhar para o gramado e ver a mágica camisa 7, envergada por Garrincha, Jairzinho, Rogério e Zequinha, sendo envergada ( no sentido literal do termo) por Cremílson, ao seu lado, Tuca, Puruca e outras sumidades que nos faziam ter vontade de sumir de tristeza e vergonha!
Mas não estávamos lá por eles, era aquela camisa, aquela estrela, aquela história que nos movia.
Hoje eu vi o orgulho de vestir aquela camisa de volta. O grande e glorioso Botafogo em seu devido lugar, impondo respeito e temor aos seus adversários.
Hoje eu vi crianças orgulhosas vestindo aquela camisa gloriosa e me emocionei. Sozinho.
Albert Camus, grande escritor e filósofo existencialista francês, disse certa vez que "tudo de mais relevante que havia aprendido sobre a humanidade havia sido jogando futebol."
E eu, senhores , aprendi com o Botafogo, que o  amor pode ser maior que a dor.
Que estas crianças que vi hoje envergando nossa gloriosa camisa jamais tenham que passar o que eu e minha geração passamos para cultivar nossa paixão.
Mas vencemos...hoje eu vi!

Carlito Rocha: Paixão infinita pelo Botafogo

Carlito Rocha e Biriba, o mais famoso dos mascotes
Carlito Rocha( 1894-1981 ), talvez tenha sido o maior de todos os botafoguenses, um homem que dedicou sua vida e sua fortuna ao Botafogo, e o grande responsável pelas famosas superstições alvinegras, duas rapidinhas do grande Carlito:
Em uma partida do Botafogo um atacante do time adversário solta um balaço que passa raspando no gol do Botafogo, alguém ao seu lado diz:
- Essa nem Jesus Cristo pegava!
Carlito responde:
- Não diga besteira...Jesus pega todas!
Devoto de Nossa Senhora da Conceição- na sede do Botafogo tem uma capelinha dedica a ela-, construída por Carlito, roga a ela quando vê  o juiz que iria apitar um jogo do Botafogo:
- Minha Nossa Senhora, fazei com que esse ladrão roube para nós hoje!

Quem quiser saber um pouco mais sobre Carlito vá em Que Fim Levou?