sábado, 3 de setembro de 2011

Para Armando Nogueira, uma estrela gloriosa

Acordei hoje e tomei conhecimento da morte de Armando Nogueira, o melhor cronista esportivo que esse país já produziu, além de ser um grande torcedor do Botafogo. Creio que Armando Nogueira está para a crônica esportiva no mesmo patamar que está  um Rubem Braga para a crônica em geral.

 Me mudei para Niterói em 1968 e logo aprendi a ler o velho e bom Jornal do Brasil, em cujas páginas de esportes imperavam grandes jornalistas, por mera " coincidência" todos torcedores do Botafogo: João Saldanha, Sandro Moreira, Oldemário Touguinhó, Roberto Porto e o Armando. E para completar a Seleçao alvinegra: Paulo Mendes Campos no caderno B. Não sei por quê, mas todo botafoguense que conheço é inteligente, se não vejamos: os que já citei, Augusto Frederico Schmidt, Fernando Sabino, Vinícius de Moraes, Arthur Dapieve, Arnaldo Bloch, Walter Moreira Salles, meu mestre Saint- Clair, meu amigo Pax e eu, claro! Ah, o Paulo Laurindo- que não é besta, já está se bandeando pro nosso lado.

Não adianta, começo escrevendo uma coisa, acabo me perdendo e mudo de assunto; dane-se o blog é meu escrevo o que quiser e leia quem quiser também. Quem não ficar satisfeito pode ir ver o BBB. Estou chateado com a morte do Armando e não consigo concatenar as ideias.

Muito do que foram Garrincha, Pelé, Didi, Gérson, Tostão, Zito, Nílton Santos e outros, se deve ao Armando, que transformava um drible de Mané ou um gol de Pelé, numa obra literária nas páginas do JB. Futebol era sonho: "via" os jogos pelo rádio e sonhava com meus heróis nas crônicas do Armando. Na mente do garoto do interior eram seres especiais e inatingíveis. Como era bom sonhar como o Armando me fazia. Até que a realidade entrou e me mostrou Garrincha- a alegria do povo( nada mais belo!) desfilando como um farrapo humano num carro alegórico da Mangueira; de ir às lágrimas ao ver Nílton Santos- santo alvinegro, um velhinho frágil e dependente como vi outro dia. A realidade, amigos, não é só dura, é - antes- triste...muito triste!


Obrigado Armando, por ter-me feito sonhar sonhos tão belos. Através de ti, driblei como Garrincha; fiz lançamenos como Gérson e Didi; tive a categoria de Nilton Santos; a velocidade de Jairzinho; o chute potente de Quarentinha. E quantas vezes, Armando, chorei contigo, sem você o saber, as derrotas de nosso atrapalhado e querido Botafogo. Se existe céu e se existem anjos, Armando, você certamente já é um deles. Quem faz uma criança sonhar  sonhos tão lindos só pode ser um anjo. Alvinegro, é claro!

Saudades!!!

Obs: Fiz a crônica no dia posterior ao do falecimento do Armando.

                                                                                        

2 comentários:

  1. Bela crônica sobre o grande mestre Armando Nogueira. Que Deus o tenha sempre bem protegido lá no céu. Nosso Anjo da Guarda Alvinegro!

    Grande lista de botafoguenses ilustres, motivo de grande orgulho para os nossos torcedores alvinegros!

    Abração!

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