Fui dormir tarde, adrenalina lá em cima após a vitória do Botafogo sobre Grêmio ontem à noite. Só consegui pegar no sono por volta das quatro da manhã. Às cinco e pouco toca o telefone, era Totó, meu amigo flamenguista de São José do Calçado, minha querida terra natal. Revoltado com Jilozinho, botafoguense desabrido e pinguço das mais nobres castas calçadenses. Mas vamos ao telefonema do Totó:
- Toinha!...seu filho dum'égua eu vou matar o Jilozinho e a culpa é sua que fica protegendo aquele desavergonhado, está aqui na porta de casa bêbado com aquele cachorro pinguço ( Foguinho, cachorro bebum e tarado do Jilozinho ) já tem mais de duas horas, a caixa de som do Menininho ( fusquinha 1961, azul-calcinha ) ligada na maior altura tocando a nojeira do Hino desse time nojento que vocês torcem, quando para começa a tocar o funk Parado na Esquina, depois aquele musiquinha enjoada da torcida da cachorrada, E Ninguém Cala...eu vou é calar a boca dele com um tiro no meio das fuças, a Menga ( galinha de estimação do Totó) está aqui desesperada para ir atrás do Foguinho, o disgramento "aviciou" à pobrezinha que não pode ver o vira-lata que vai logo levantando o rabinho. Eu tô avisando: vou matar o Jilozinho!
- Mas Aristides, eu estou em Niterói, na minha casa, são cinco da manhã e você me liga a cobrar para me dar esporro por causa do Jilozinho, o que eu tenho com isso? Chama à polícia!
- Cala a boca! Eu ligo a hora que quiser, o telefone é meu e você não me interrompa quando eu estiver falando, a culpa é sua que vive acobertando às safadezas dele comigo e você é tão safado e nojento quanto ele com essa nojeira de Botafogo e tem mais: não acredito que você não bebe há 17 anos e parou de andar com aquela piranhada que você andava. Quem puxa aos seus não regenera ( acho que ele quis dizer degenera, mas acertou, de qualquer forma ), além do mais o viado do delegado daqui também é botafoguense doente e companheiro de esbórnia do Jilozinho, se bobear tá lá fora bêbado com ele. Eu vou lá jogar água fervendo nele e no Foguinho e acabar com o furdunço aqui na porta de casa. Safado!
E desligou o telefone, na minha cara. Como sempre.Totó, Sir Zatonio Lahud e Jilozinho |