terça-feira, 20 de setembro de 2011

Como ser Botafogo e achar que a vida tem jeito

 A superstição e o fatalismo que acompanham os botafoguenses não estão no meu caderno. Jamais me deixei levar por qualquer esquisitice que pudesse ter o mínimo laivo de superstição. É que eu sou a terceira geração de torcedores do Glorioso: meu avô paterno, Chico Albino, de saudosa memória, meu querido e longevo pai, Argemiro, nos seus noventa e três anos, e eu. Por força dessas circunstâncias, ser botafoguense talvez seja coisa de DNA, de carga hereditária, o que pode ser a forma mais irrecuperável de determinismo. Assim, montado nesse histórico pessoal, passei o vírus para meu filho Pedro, que infundiu sua paixão na filhinha Gabriela, de cinco anos, que já frequenta o Engenhão, sabe todos os cantos e, coisa terrível para um avô, arrisca até uns xingamentos, algo impensável há uns tempos. Por aí vocês veem: já são cinco gerações.

Aliás, essa carga genética se espalhou por todos os meus quatro irmãos e por muitos sobrinhos. Vê-se, por isso, que é quase uma condição familiar.
Desta forma, como vou achar que um sinal nefasto, um gato preto, uma mariposa escura, uma galinha preta arriada numa esquina vão trazer alguma complicação para qualquer jogo? Ou, ao contrário, que um amuleto, uma promessa, uma premonição vão portar bom augúrio?
Eu ia muito bem nessa batida, quando se deu o famoso jogo do segundo turno do Campeonato Estadual de 1989, o ano da graça, no dia 7 de maio, contra o time da Gávea. Estávamos no Maracanã eu, meu filho então com doze anos e meu sobrinho Bruno, já com quinze. Ao final do primeiro tempo, em que perdíamos por 3×1, trocamos de lugar, nas antigas cadeiras azuis, a fim de acompanhar o ataque do Botafogo.
Aquela, até então, era uma jornada melancólica, por tudo o que vinha acontecendo em campo. Atrás de nós estavam uns rapazes, talvez um pouco mais velhos que meu sobrinho, vociferando em nossos ouvidos frases como: “Bebeto, humilha ele, Bebeto! Não faz mais gol, não, Bebeto! Tem pena deles!” Nas cadeiras, à nossa frente, duas senhoras, já entradas em anos: uma botafoguense, sofrendo todas as humilhações, e a outra rubro-negra, abusando do direito de esculhambar.
 
Quando Gonçalves fez o gol contra que diminuiu a diferença, me levantei e gritei para os dois jovens:
- Ainda dá tempo! Vocês vão ver! Ainda dá tempo!
Um pouco depois, no lance que gerou o nosso terceiro gol, é que a coisa se deu. Quando Mauro Galvão matou no peito a bola que a defesa do outro time chutou de qualquer jeito, no meio daquela chuva toda, numa noite que teria todos os ingredientes para dar errado, vislumbrei um facho de luz vindo não sei de onde, como a destacar o zagueiro dentre todos os outros jogadores. E olhem que eu nem acredito nessas coisas, mas o que vou fazer?
Tão logo ele botou a bola no chão, pressenti que um lance daqueles não poderia se perder numa partida. Havia nele alguma coisa de transcendental, de sobrenatural, de mágico. Ninguém mata uma bola venenosa daquela, pesada, chutada sem dó nem compaixão, para que ela, logo em seguida, não se transforme num cometa, numa estrela cadente. Mauro Galvão não vivera até aquele momento, não jogara bola com a competência de sempre, para, como um cabeça de bagre qualquer, isolar a bola, atirá-la pela linha de lado, entregá-la ao adversário.
O grande capitão, com a categoria que só os predestinados possuem, lançou a redonda para Vítor que, com habilidade, determinação e iluminação, depois de fazer o diabo na defesa rubro-negra, estabeleceu o empate heroico que nos fez aptos a chegar, depois, ao título de campeões invictos de 1989, após vinte e um anos de sofrimento.
Foi a bola estufar as redes do adversário, para começarmos a pular, a gritar, a urrar, a nos abraçar. A senhorinha botafoguense iniciou uma dança tribal desconhecida, em desagravo a todas as ofensas que ouvira até aquele momento. E, se não me falha a memória, incluiu movimentos pélvicos à sua celebração orgiástica. Parecia possuída! Para não deixar moeda sem troco, brandindo o guarda-chuva que levava, virei para os dois jovens da fileira de trás e gritei com toda a força dos meus ótimos pulmões, escandindo as sílabas, no intuito de que não deixassem de entender, no meio da balbúrdia que se formou, um fonema sequer:

- Urubu, vai tomar na olhota do seu cu, seu filho da puta!
Eles não disseram nada. Estavam apopléticos, sem um pingo de sangue no rosto, transformado numa pasta disforme de expressão. É que tinham visto ali, com várias rodadas de antecedência, o Campeão Estadual de 1989, em toda a sua grandeza.
( Crônica de meu amigo e mestre, Saint-Clair Machado, professor de literatura da Universidade Federal Fluminense. Quem quiser excelente leitura á n blog dele Asfalto e Mato Valeu, amigão!  Zatonio Lahud)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Flamengo vai homenagear sua torcida com painel na Gávea


O Flamengo vai fazer uma bela homenagem aos seus torcedores e inaugurar um imenso painel na sede da Gávea com foto de vários deles, que são o maior patrimônio do clube.
Nossos parabéns aos dirigentes do Rubro-Negro pela bela homenagem. Mais que merecida!


                                                               

Baixaria: Porrada come solta na sede do Flamengo. Novidade...

Só gente fina!
Nem com sua longa invecibilidade de nove jogos sem vencer a urubuzada sossega, depois da Crise do Peido, hoje a porrada comeu solta na Gávea, em uma pacífica reunião para o lançamento da terceira camisa do maior invicto da atualidade no Brasil.
Eu nem sei por que estou dando a notícia aqui, baixaria por lá tem todo dia. Saco!
Quem quiser ler a baixaria toda que vá na Globo.com- Diário Oficial da Flapress

Presidente da Flapress contrata arqueólogos para descobrir última vitória do Fla

O presidente da Flapress, Renato Maurício Prado, contratou um grupo de arqueólogos para descobrir quando foi a última vitória do Flamengo, os trabalhos serão iniciados na Gávea.
Será um trabalho árduo, a ordem é descobrir vestígios de qualquer vitória, se fosse para descobrir alguma em que os urubus não tenham sido beneficiados pelas arbitragens seria mais fácil encontrar a Arca de Noé, o rascunho da Bíblia ou Santo Graal...ai...ai...

domingo, 18 de setembro de 2011

O nosso 6 x 0 foi muito maior que o deles, e eu provo...

Tenho um amigo flamenguista que fez um post sobre um suposto jogo da vingança, partida em que  Flamengo nos venceu por 6 x 0, o resultado foi realmente igual ao da partida de 15 novembro de 1972, mas o nosso 6 x 0 foi muito maior que o deles e aqui vou provar o por quê de minha assertiva. Vamos aos fatos, pois. 

Em primeiro lugar porque vitória do Botafogo vale mais do que a dos outros; em segundo, porque nosso 6 x 0 foi muito mais humilhante que o deles; o gol de letra mais bonito de todos os tempos- passados, presentes e vindouros- foi marcado por Jairzinho neste jogo, foi o quinto gol e tão bonito, mas tão bonito, que antes de ser letra, mais pareceu um poema, dos mais belos que possam existir. Poema que começou a ser escrito nos pés de Zequinha, pela direita, que foi como uma flecha, rasgando seus adversários até à linha de fundo, depois o toque rasteiro, milimétrico, para Jairzinho, que cercado por dois zagueiros, deu o toque final, sublime, na obra-prima: tocou, carinhosamente, com o calcanhar direito na bola, que entrou linda e suavemente no gol dos gaveanos. Eu estava lá, e a beleza do gol foi tamanha que,  ao olhar para cima,  vi a estátua do Cristo Redentor não mais ” de braços abertos sobre a Guanabara”, como na música de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, mas aplaudindo entusiasticamente momento tão sublime e de beleza tão rara.

Não bastasse o gol do Jairzinho, que já prova que nosso 6 x0 foi muito mais 6 x 0 que o deles- um 6 x 0 mixuruca e sem brilho- o nosso foi presente de aniversário que demos a eles, sim além de levar de 6 com gol de letra,  a suprema humilhação: 15 de Novembro é a data de fundação do Flamengo, e como presente de aniversário demos a eles a derrota mais humilhante de sua História. É mais ou menos como chegar em casa para comemorar seu aniversário e encontrar sua mulher na cama com outro. Não há vingança que apague tamanha humilhação. Não no dia de seu aniversário, seu não, deles lá…

Babacas da Flapress reclamam da comemoração de Loco Abreu

Na análise da partida entre Botafogo x Flamengo na Globo.com ( a Rede Globo é o órgão oficial da Flapress ) o babaca que escreveu a matéria disse que a comemoração de Loco Abreu no gol do Botafogo foi "debochada".
O babaca ignaro não percebeu que o Loco estava só ironizando a comemoração de Ronaldinho Gaúcho por os urubus-peidões continuarem paradões na esquina
Quando os jogadores do Flamengo inventam todo tipo de viadice para comemorem seus gols eles acham lindo, criaram até um boneco gay, o tal de João Sorrisão, para obrigarem os jogadores a ficarem fazendo uma dançinha patética para comemorem seus gols.
Duvido que alguém vá ver o Loco fazendo aquela babaquice. Saco!
Quem primeiro protestou contra os babacas da Flapress foi o blog do PC Guimarães
                                                 
                                                                         

Botafogo: um empate na conta de Caio Júnior

O Botafogo acabou de empatar com o Flamengo por 1 x 1, no Engenhão, golaço do Loco Abreu para o Botafogo, o deles não sei e nem quero saber quem fez.
Fizemos um excelente primeiro-tempo, com uma boa atuação de Maicosuel pela esquerda, matando Léo Moura, poderíamos ter saído vencendo por um placar mais dilatado não fossem três excelentes defesas de Felipe. No intervalo baixou o espírito de professor Pardal, que andava sumido, em nosso técnico, Caio Júnior, ele troca  Maicosuel para o lado direito e joga Herrera pela esquerda, acabou com os dois, deu liberdade ao Léo Moura e eles empataram.
Fazer o quê? Saco!